Em 13 de Março de 1796, a Misericórdia de Vila Real arrendou os “altos” da casa da
viúva de João Guedes, Joana Clara, na rua de Trás da Misericórdia, para aí instalar o
seu Hospital, ao qual deu o nome de Hospital da Divina Providência, cumprindo, a partir
de então, a segunda das sete obras corporais de misericórdia, isto é, “curar os enfermos”.
Durante séculos, o Hospital da Divina Providência soube conjugar de forma notável,
dentro das suas limitações e dificuldades, a obra corporal com a obra espiritual, matriz
identitária da Misericórdia de Vila Real, a qual, procurou, de finais de Setecentos em
diante, tratar dos enfermos tão bem quanto possível e, chegada a hora da partida da
“vida terrena”, enterrar os defuntos, salvaguardando a “decência e cristandade, e com
o respeito devido pelas pessoas que falecerem”.
Na sequência da revolução de 25 de Abril de 1974, este Hospital, que durante a sua
vida conheceu várias instalações, acabou por ser nacionalizado, transformando-se no
Hospital Distrital de Vila Real, o qual, a partir de Setembro de 1991, abandonou o
edifício em que se encontrava desde 1914.