Cerimónias da Semana Santa e Procissões
Entre as procissões que a Santa Casa da Misericórdia de Vila Real organizava todos os anos, de acordo com os seus Estatutos, para além das obrigatórias na Quinta-Feira Santa e na Sexta-Feira Santa, contavam-se ainda a de Cinzas e a dos Santos Passos.
Não sendo obrigatória, a Procissão dos Santos Passos era uma festividade de grande importância, não só no contexto religioso, mas também no contexto social de Vila Real. O primeiro dado que devemos mencionar é a falta de documentação, existindo registos sobre as procissões dos Santos Passos, Quinta-feira Santa e Sexta-feira Santa, unicamente para o período cronológico que medeia entre 1774 e 1902, dando-nos uma visão algo restrita da evolução das três procissões.
Neste nosso estudo das procissões da Semana Santa em Vila Real, realizadas sob a égide da Santa Casa da Misericórdia, decidimos centrar a nossa análise em dois pontos: a sua estrutura, sob o ponto de vista orgânico e social, e o percurso efectuado na cidade, com as diversas variantes, ao longo de cento e vinte e oito anos.
As funções que haviam de ser executadas na Quaresma eram determinadas todos os anos pela Mesa eleita. Nas cerimónias da Semana Santa, a Santa Casa da Misericórdia procurava que todas as funções se desenrolassem com a maior dignidade, dando uma particular atenção à qualidade e quantidade das alfaias. Quando necessário, supriam-se eventuais carências.