Capela de Santa Ana (Minhava)
Em 1875, Maria Emília Teixeira de Moura, viúva de Vital Máximo Teixeira de Moura, deixou a Santa Casa da Misericórdia de Vila Real como responsável por uma capela, referida, no seu testamento de 8 de Julho de 1875, uma vez que resolveu “mandar construir uma capela em uma sua propriedade no lugar de Minhava, conforme o risco que para isso já está feito, sob a invocação de Santa Ana, na qual quer estabelecer uma missa perpétua, conforme sua intenção, em todos os domingos e dias santos de guarda, uma festividade com missa cantada e sermão nos dias da padroeira, e festividades com missa cantada nos dias de S. João e de Nossa Senhora da Conceição”. Acrescentava-se ainda que, no caso de a testadora morrer sem a capela estar concluída, a Santa Casa da Misericórdia teria que mandar acabar as obras, conforme o risco existente, com toda a decência e propriedade para o culto divino, e adquirir a imagem da padroeira. Destinava também que nas festividades que instituía se usassem os seus castiçais de prata e os seus quatro cobertores de damasco.
A testadora deixou o “resto da propriedade aonde destina a edificação da capela” e um “bocado de terra próxima da mesma no sítio da Galé” para a capela, não só para o adro mas também para a horta ou cultivo “ de quem fizer as vezes de sacristão”, sendo sua vontade que o primeiro encarregado desse serviço fosse o seu afilhado Tomás Rodrigues Teixeira.
A capela de Santa Ana é um pequeno edifício com uma fachada ladeada por pilastras de canto, rematada por um frontão triangular sobre o entablamento e sobrepujado por dois pináculos laterais e cruz central. Rasgam o frontispício, uma porta de lintel curvo e ombreiras lisas, dois pequenos óculos circulares e, por cima da porta, um óculo de maior dimensão quadrilobado, com uma cartela na parte inferior. As paredes laterais e cabeceira são de grande contenção formal nos vãos, existindo na do lado da Epístola uma pequena sineira. Na arquitectura interior, a mesma contenção formal. É de realçar o retábulo, riscado com mestria e onde se desenvolve uma linguagem eclética, o púlpito com escada, o coro e o medalhão pintado no tecto. Completa todo o conjunto uma pequena sacristia.